Sunday, October 24, 2004

 

Conheça a ti mesmo....


 

Autoconhecimento

Desenvolvimento Humano nas empresas
(A empresa como um organismo vivo)

O homem fez as organizações. Ele as constituiu a sua imagem e semelhança...

Todas as empresas privadas ou governamentais, de produtos ou de serviços, grandes ou pequenas, todas as decisões tomadas dentro ou fora das empresas foram idealizadas pelo ser humano e para o ser humano; para o mercado que é a soma de todos Clientes.
Olhando a empresa por este prisma podemos sugerir que esta é um organismo vivo e poderá ser gerida como tal.
A qualidade de uma empresa é o reflexo da soma das qualidades individuais de seus colaboradores (Stakeholders).
Desde a época de Taylor, Fayol, Adam Smith ou mesmo antes deles e até hoje, a maioria das empresas são geridas como se fossem um sistema mecânico e sem vida.
É comum observarmos empresas buscando melhorias constantes, maneiras de maximizar os resultados, de melhorar a qualidade ou simplesmente procurando meios de sobreviver num mercado cuja concorrência é cada vez maior e em alguns casos até predatória. Para isso, contratam “gurus” de fama internacional, que promovem intensos programas de treinamentos, na maioria deles importados e caros. Ocorre que, embora contribuam para o desenvolvimento e melhoria da empresa, por não contemplarem a cultura do país ou da empresa e tão pouco suas peculiaridades mercadológicas e econômicas, esses programas têm um aproveitamento muito pequeno e seus efeitos não são duradouros; muitas vezes é preciso que sejam implementados seguidas vezes, o que os torna ainda mais oneroso, até que este seja incorporado totalmente na cultura da empresa.

O homem é a medida de todas as coisas. – Pitágoras (487 – 420 a.C.).

Estamos em plena era do conhecimento. A tarefa das empresas na busca de melhorias e desenvolvimento constantes tornou-se ainda mais difícil e mais onerosa, e no entanto, não garante resultados. Gestão por Competências? Gerenciamento por objetivos? PNL? Inteligência Emocional? Avaliação 360º? Visão Estratégica? Gestão por Excelência? Gestão por valores? Qualidade Total? CRM? Km (Knowledge Management, Gestão do Conhecimento)?
Em meio a tantas e tão rápidas mudanças na época em que vivemos surge a pergunta: Que ferramentas e filosofias adotar na gestão de nossos negócios? Como apreender tantos conhecimentos disponíveis e ilimitados, diante da capacidade limitada do ser humano e, portanto das empresas, em adquirir conhecimentos na mesma velocidade que surgem?
Toda conquista alcançada pelo mundo é decorrente da capacitação humana. Esta capacitação ocorre na economia real e na nova economia; na vida familiar, profissional e social.
As empresas têm preocupações similares para resolver diferentes problemas, dentre eles, o de comunicação, que corresponde a 65% dos problemas das empresas, segundo pesquisas recentes. Universalmente podemos observar que as empresas buscam melhorias e procuram se desenvolver quase sempre nas mesmas áreas: Comunicação, Liderança, Criatividade, Motivação, Competência, Qualidade, Trabalho em grupo ou equipe, Atendimento ao Cliente, Desenvolvimento de Talentos, entre outras.
Observamos que as áreas acima são todas atribuídas ao ser humano, todas elas qualitativas. Pouco ou nada têm a ver com Inteligência (aquela do Q.I.) ou conhecimentos, a não ser conhecimento de si mesmo. Desenvolver os colaboradores da empresa é desenvolver a própria empresa e a sua relação com o Mercado.
Na era do conhecimento o maior de todos os conhecimentos é o conhecimento de si mesmo; primordial e moderno ao mesmo tempo sem nunca ficar obsoleto. Portanto, quando desenvolvemos os seres humanos as empresas desenvolvem-se igualmente, com possibilidades de alcançarem os atributos acima de uma forma autêntica que incorporar-se-á a cultura da empresa.

“Se queres conhecer a ti mesmo, olha para o mundo. Se queres conhecer o mundo olha para teu interior”. – Rudolf Steiner

Se olharmos cem anos atrás, quase não existiam livros sobre Comunicação, Tomadas de decisão, Liderança ou Trabalho em equipe. A maioria das pessoas vivia em comunidades, famílias ou pequenos grupos de trabalho. Elas mais ou menos, sabiam como desenvolver um relacionamento, trabalhar e viver harmoniosamente devido as suas capacidades inatas, a tradição e ao hábito. Ainda não nos havíamos tornados tão misteriosos e tão complexos para nós mesmos a ponto de prateleiras serem preenchidas por best-sellers psicológicos e de auto-ajuda.
O que mudou? O que aconteceu com os seres humanos e a sociedade? Não conseguimos entender a nós mesmos, quem dirá compreender nossos filhos, nossos colegas de trabalho!
Hoje, nos encontramos num ponto de crescente individualização com poderes divinos sobre o homem e a natureza. A ciência e a tecnologia nos deram a possibilidade de preservar ou destruir a terra e a nós mesmos. O mundo avançou muito mais rapidamente em tecnologia do que em psicologia, sociologia e política.
É verdade que o individualismo nos dá a possibilidade de nos conhecermos melhor, mas o que tem ocorrido é um distanciamento cada vez maior entre os indivíduos. A distância entre ricos e pobres, é cada vez maior.
O mundo corporativo é norteado por números em busca de resultados (quantitativo). Ocorre que os números limitam a nossa capacidade de criar (qualitativo). Nos conduzem a tomar decisões quase que padronizadas. Não raro, nos flagramos medindo nossas performances em relação ao outro ou ao concorrente, sem nos preocuparmos em saber se estes estão fazendo o que é certo. Criamos os famosos KPI (Key performance indicators), que são meramente quantitativos e que quase sempre medem o quão distante estamos do próprio índice e não necessariamente daquilo que desejamos atingir de fato. Se não tomarmos cuidado, é bem provável que os índices acabarão por nos gerenciar. Ocorre uma perda de foco ou a troca de foco. É preciso considerarmos também, que grande parte desses índices são importados e portanto, fundamentados na cultura e nos aspectos sócio-econômicos do país de origem.

Toda mudança verdadeira que afeta o coletivo deve começar pelo indivíduo.

Tornamo-nos tão complexos que sentimos certa dificuldade em ser simples.
O desenvolvimento humano nas empresas, o autodesenvolvimento, o autoconhecimento, conhecer-se a si mesmo, significa voltarmos para nossas origens, para que possamos entender melhor o mundo corporativo, entender o outro, e então, entendermo-nos nós mesmos.
Nas palavras de Max Gehringer: “Este trabalho ajuda as pessoas a entender que a descomplicação ainda é o caminho mais curto e mais simples entre os planos e os resultados. Um bálsamo num mundo corporativo cada vez mais complicado”.
A conclusão é que devemos buscar a partir de nós mesmos respostas para o comportamento do outro. Conhecendo a nós mesmos nos possibilitaremos entender as pessoas que nos cercam. Conheceremos o outro e melhor entenderemos nossos comportamentos e atitudes.
A empresa moderna deve buscar respostas para suas metas e estratégias, a partir do Cliente e não do Presidente.
Se quisermos evoluir devemos aprender a partir de nós mesmos, de dentro para fora, sermos autênticos e verdadeiros e imitarmos a nós mesmos.

Pode ser que voltar atrás seja uma maneira de seguir adiante!

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